Adaptado de: Kuhn e a estrutura das revoluções científicas. Por: Silvio Seno Chibeni
Em: http://www.unicamp.br/~chibeni/textosdidaticos/structure-notas.htm
Quem era Thomas Kunh: "Thomas Samuel Kuhn (Cincinnati, 18 de Julho 1922 — Cambridge, 17 de Junho 1996) foi um físico e filósofo da ciência estadunidense. Seu trabalho incidiu sobre história da ciência e filosofia da ciência, tornando-se um marco no estudo do processo que leva ao desenvolvimento científico." (Wikipedia)
Qual suas ideias sobre o desenvolvimento da Ciência a partir dos conceitos de Paradigma e Ciência Normal?
PARADIGMA refere-se a uma matriz teórica válida em um determinado tempo de pesquisa, e ao lado dela encontra-se uma plêiade de teorias auxiliares, técnicas matemáticas e experimentais, realizações concretas que servem de modelo, valores, crenças variadas (inclusive de ordem metafísica), etc.[3]
Às atividades desenvolvidas pelos cientistas sob a diretriz de um determinado paradigma Kuhn denomina CIÊNCIA NORMAL. Os episódios nos quais um paradigma é substituído por outro constituem as revoluções científicas. Como a partilha de um paradigma tem o efeito de eliminar as discussões sobre os fundamentos, e de fixar as regras, padrões e objetivos de sua disciplina, os cientistas normais podem centralizar seus esforços na articulação interna do paradigma, na extensão do conhecimento dos fatos selecionados como importantes pelo paradigma e no incremento do ajuste desses fatos com as previsões teóricas do paradigma. A postura não-crítica do cientista normal diante do paradigma que adota é essencial para que o estudo da Natureza possa ser aprofundado.
As investigações da ciência normal acabam levando, não intencionalmente, à acumulação de quebra-cabeças particularmente resistentes às tentativas de resolução. Essas dificuldades de ajuste do paradigma à Natureza não são vistas como falseadoras do paradigma, mas como meras anomalias (Seções 6 e 7). Quando incidem sobre partes vitais do paradigma, ou estão ligadas a algum fator externo premente, ou acumulam-se em grande número, ou resistem por muito tempo, essas anomalias levam a estados de crise (Seções 7 e 8). Somente então inicia-se a busca deliberada de alternativas para o paradigma vigente.
Fatores variados e não necessariamente racionais podem levar um indivíduo, ou um pequeno grupo de indivíduos, a se interessar por uma dessas alternativas, por embrionárias que sejam, e tomar para si a tarefa de desenvolvê-la, e, posteriormente, de convencer o restante da comunidade científica a que pertencem. Apenas nessas condições a comunidade científica pode se dispor a abandonar o seu paradigma; um paradigma nunca é rejeitado sem que concomitantemente um outro seja aceito.
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